domingo, 3 de janeiro de 2010

Vão



O poema é alheio ao insano dançar das náuseas que sinto nesta tarde sem sol

aos ruídos do mundo, seus desencontros fatais, súplicas e prazeres antes do alvorecer

é amargo em sua esterilidade lingüística, insosso como pedra bruta, deprimente como o álcool que exala de meus poros

O poema não é catarse, refúgio, jogo ocioso

Alheio ao desespero, ao sono, ao grito

É o soco metafísico que desfiro no vazio dos olhos da vida.



Imagem: Herbert List

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