onde antes mergulhávamos em deleite
à procura das seivas de nossas constelações,
desfaz-se em desatino.
As gárgulas que cantam silenciosamente,
as naves que se centram no nada.
Longe do aconchego e dos gozos,
o céu desce de si e esbarra em muros,
porosos muros onde musgos crescem,
constelações perecem e amores fenecem.
Eram templos, traçados, espaços vazios
nos quais de mãos dadas entrávamos.
Era o céu o oceano em que navegávamos,
onde hoje afundam as estrelas cantadas
pelas gárgulas do velho mundo.
Mas não, não afunde meu mundo,
porque nele o céu não há,
senão em desatino.
Imagem: Mark Power. França. Port-en-Bessin-Huppain. 1995.
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