sábado, 15 de setembro de 2007

Gordon Pym


24 de Julho. Acordamos grandemente revigorados e até com uma certa frescura de espírito. Não obstante nossa situação calamitosa - desconhecendo nossa geografia de curso, mas certos de que estávamos longe da costa; sem mais reservas de alimentos do que o estritamente necessário para uma quinzena, mesmo com um regime rigorosamente racionado; praticamente sem água e vagando ao sabor das ondas e do vento, num mero casco sem mastro, leme ou velas -, mesmo assim, as angústias e perigos infinitamente piores dos quais tínhamos tão providencialmente escapado levavam-nos a encarar o que agora se nos ocorria como não mais do que um contratempo de rotina, tão relativo é o juízo que governa o bem e o mal.

(Edgar Allan Poe. O Relato de Arthur Gordon Pym.)

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