domingo, 1 de junho de 2008

Idéia do fim...


- Talvez um pouco de divagação seja aqui a solução entrópica. Desconexão. O tratamento é infindável. Própria perversão. Descontinuidade.

- Mas, a escrita que escapa ao fim da escrita não suporta pensar o fim. Silêncio.

- Não posso suportar o silêncio. Penso o fim.

- Instantes de fim, fins...

- Mas qual é o fim? Já não sei mais. Talvez existam fins.

- Fins para tudo sei que tem, mas talvez haja fim para o fim. Acho que é como Blanchot dizia da espera. Certamente é sempre espera pela espera... Talvez o fim deva ser tratado como o fim do fim do fim do fim.... Mas não sei.

- Angústias sempre surgem. Talvez seja o tempo.

- Quiçá...

- Escuta...

- Escuto.

- Há quanto tempo está angustiado.

- Não sei. Talvez tempo demais.

- Demais.

- Não, tempo.

- Interessante, parece-me que a vida não é tempo, mas a angústia sim... não sei mais quais limites para o tempo, para angústia, para vida... acho que você me angustia.

- Pode ser.

- Não, não pode ser.

- Quanta bobagem você fala.

- Falo.

- Podia silenciar.

- Não, falo, conto, narro, pretendo não parar... encerro com a morte.

- Então encerre.

- Não. Vivo.

- Não, está morto, desde sempre...

- Não te entendo.

- Não é pra entender, morre...

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda esperamos Godot... esse é o nó.