- Talvez um pouco de divagação seja aqui a solução entrópica. Desconexão. O tratamento é infindável. Própria perversão. Descontinuidade.
- Mas, a escrita que escapa ao fim da escrita não suporta pensar o fim. Silêncio.
- Não posso suportar o silêncio. Penso o fim.
- Instantes de fim, fins...
- Mas qual é o fim? Já não sei mais. Talvez existam fins.
- Fins para tudo sei que tem, mas talvez haja fim para o fim. Acho que é como Blanchot dizia da espera. Certamente é sempre espera pela espera... Talvez o fim deva ser tratado como o fim do fim do fim do fim.... Mas não sei.
- Angústias sempre surgem. Talvez seja o tempo.
- Quiçá...
- Escuta...
- Escuto.
- Há quanto tempo está angustiado.
- Não sei. Talvez tempo demais.
- Demais.
- Não, tempo.
- Interessante, parece-me que a vida não é tempo, mas a angústia sim... não sei mais quais limites para o tempo, para angústia, para vida... acho que você me angustia.
- Pode ser.
- Não, não pode ser.
- Quanta bobagem você fala.
- Falo.
- Podia silenciar.
- Não, falo, conto, narro, pretendo não parar... encerro com a morte.
- Então encerre.
- Não. Vivo.
- Não, está morto, desde sempre...
- Não te entendo.
- Não é pra entender, morre...
Um comentário:
Ainda esperamos Godot... esse é o nó.
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