terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Réveiller!


domestica-se
a débil paixão 
cultivam-se em caixotes 
minúsculas esperas 
congelam-se em alguma geladeira doméstica 
aquelas boas lembranças prestes a se decompor 
nutritiva matéria podre
curtida na covardia do presente  
ganha-se um sabor insosso 
palatável apenas com o ralo sumo da espera  
e do tempero agridoce de um casamento e dígitos na conta bancária 
afinal, ele outrora criara esperas demasiadas! 
hoje amadureceu, cultiva apenas um jardim 
o que exige cortar cogumelos venenosos 
afastar estranhos, matar insetos 
cercar milimetricamente
obedecer a um Deus 

a erosão infinita do abismo  
já levou a casa do vizinho   


    

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