sábado, 11 de dezembro de 2010

Sentidos

Rabiscos plásticos de um corpo sem alma
que brinca com o amarelado das folhas de um caderno vermelho.
Cores e sonhos, sons e passeios mentais.
A volta do peão, a vida num susto, o vermelho dos olhos.

Paredes brancas, coloridas, assustadas
lampejos espasmódicos que estremecem e assustam.
Natureza morta, risos atemporais, um cristo nu
rasgado na página rabiscada do caderno vermelho.

Corro, cheiro, rio e choro tua ausência
Projéteis fictícios rasgam meu corpo fraco e forte.
Lances de dados mesmo que em circunstâncias eternas
sussurrando ao meu ouvido a palavra faltante.

E a conversa infinita que insiste em finir
As flores débeis nos jardins desgastados da memória.
Uma fragrância quase inusitada de outrora
que se desfaz e se refaz, na velocidade do peão.


...ouço um violino triste que te deseja
nas alturas das nuvens cambiantes.
Corais das vozes e dos mares, reluzentes e sonoros
nas paredes e páginas de um caderno vermelho.


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