terça-feira, 1 de julho de 2014

Poema sismógrafo


 A J.

Das costas de um vulcão
escorrem lágrimas quentes
depois de cada suspiro do mundo.

Acordo com uma foto
da lua quase cheia,
mas plena na voz que me alerta.

Do sonho, vêm os suspiros,
da noite, a saudade,
do tempo, a ausência

soprada pelas entranhas do mundo
e que, com deliciosa calma,
pousa a cabeça em meu ombro

para uma noite de sono depois do amor.
Às costas do vulcão,
desejando apenas o suspiro que

afaga meu rosto,
versos (diversos) inadvertidos
à procura de seus olhos.

Imagem: Tintoretto. Vênus, Marte e Vulcão (detalhe). 1551. Alte Pinakothek, Munique

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