quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Poema de azar


Ninguém, absolutamente ninguém, deparar-se-á com este rastro
É morto de nascença, filho bastardo da escritura
Finalizarão o tempo e os mundos
Ele não será lido.
Nulidade saída de nulidade
Oca obstinação de alguém que já se sabe morto
Pistas ininteligíveis de um desconhecido
Acerto de contas com o infinito nada
Lance do acaso na jogatina metafísica da poesia...

Olhar espasmódico do lotófago em transe
Enquanto lhe observa, perplexo, um Odisseu-Leitor.

Gravura Francisco Goya y Lucientes.

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