E no entanto, também quem estimo e amo,
com quem tenho em comum a alma
por tanta parte, sabe, da língua, o externo
valor de história, como
se a história carregasse ao uno, a um supremo
ponto que nivela toda paixão,
como se o seu fim fosse a homologação
da alma! Não, a história
que será não é como aquela que foi.
não consente juízos, não consente ordens,
é realidade irrealizada.
E a língua, se é fruto dos séculos contraditórios,
contraditória – se é fruto dos primórdios
tenebrosos – se integra, ninguém disso discorda,
com aquilo que será, e que ainda não é,
E este seu livre mistério, riqueza
infinita, nela quebra,
agora, todo limite alcançado, toda forma lícita.
Queimar as instituições,
estupenda esperança para quem agora geme,
é uma esperança que as reais paixões
que nascerão não pode prever, nem os sons
novos das suas palavras.
Pier Paolo Pasolini. La Religione del mio tempo. Milano: Garzanti Editore, 2006. pp. 156-157 (Tradução: Vinícius N. Honesko)
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