quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Há muita vanguarda para pouca retaguarda


Pequena terapia para lidar com o transtorno de atenção (diagnosticado ou não): ruminar o já visto, tentar encontrar o que a dispersão obscureceu ou aquilo que, envolvido nos mais diversos recalques, simplesmente não poderia ser encontrado naquele momento. A lição antonioniana de "Blow Up". Revisar, revisar, revisar. Livros e livros de borrões. Não temer a redundância, a tarefa de casa, o cozinhamento de pedras, o garimpo e sua alquimia possível.

Um comentário:

Marechá Panapaná disse...

Mochonioni,

o pior é que, às vezes, tem-se a impressão de que os dentes acabarão reduzidos a pó, de tanto ruminar. O maxilar dói, os dentes se esfarelam, os músculos faciais se cansam... mas a garganta não se abre para engolir novamente, está trancada! Nestes tempos, há horas em que parece predominar a saída única: o vômito. Quais as possibilidades, quando falta o acesso ao estômago? Estaríamos condenados a ruminar enquanto tivermos dentes?