O tempo aqui se arrasta. Aliás, como me deixo levar por este vagar tão insosso? Ameaçam-me sombras de outrora, de um tempo muito próximo a este que se arrasta. A vontade é de dormir, mas também envelhecemos a cada vez que entramos em um sonho. Um sono denso, obscuro e vazio. Sim, talvez seja isso o que mais deseje. Porém, não há opções nestas confluências estranhas entre tempo e espaço (que, não, Leminski, no meu caso não é nem um sonho que conto nem um poema que faço). Tudo, não só o tempo, se arrasta. Mas que tudo é esse se tampouco sei se sou eu que o sonho ou ele que lentamente me passa? Como não ser um tolo esperançoso por uma noite de sono e ainda assim aguentar esta vida que se arrasta?
Imagem: Francisco de Goya y Lucientes. Ascensão e Queda. 1797-98.
Nenhum comentário:
Postar um comentário