domingo, 3 de janeiro de 2010

Vão



O poema é alheio ao insano dançar das náuseas que sinto nesta tarde sem sol

aos ruídos do mundo, seus desencontros fatais, súplicas e prazeres antes do alvorecer

é amargo em sua esterilidade lingüística, insosso como pedra bruta, deprimente como o álcool que exala de meus poros

O poema não é catarse, refúgio, jogo ocioso

Alheio ao desespero, ao sono, ao grito

É o soco metafísico que desfiro no vazio dos olhos da vida.



Imagem: Herbert List

5 comentários:

Carol disse...

pugilismo literário ;), bela pancada jnf!

floema disse...

Iniciou o ano inspirado, meu caro.

Ronnie disse...

jesus, post fodástico

Marlon Fiori disse...

Se isso não for nenhum problema, vocês ganharam um lugar na minha lista de blogs favoritos...

Jnf disse...

sem problemas, gratos!