Essa mistura de sensações, de tempos e, portanto, de memórias, embaralha a vida num jogo incontrolável. Nenhuma regra senão a lembrança e tudo já está perdido. O barulho do vento de agora já poderia ter soado ou ainda soará? Quais luzes brilham, aquela que vem a 300000km/s desde não sei onde ou esta outra que agora me cega e que parece imóvel? Uma vida embaralhada, perdida em meio a luzes, sons, e à duplicação fantástica da memória, e tudo já está perdido. Qual cão em meio ao deserto, a memória vê-se poeira, e esses são os primeiros traços da minha autobiografia...
Imagem: Pisanello. Cabeça de homem. 1440. Museu do Louvre, Paris.
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