Alguns pensam fazer história do pensamento humano ao ensinar parágrafos assinados por um francês católico do séc. XVII, outros imaginam viver na história habitando seus confortáveis "eus" autossuficientes, aburguesados, protegidos da loucura, "o vaidoso vagar do indivíduo em torno de si mesmo em sua querida especificidade."
A história talvez esteja em um casebre da periferia de Marabá, no rio impossível dos krenak, no anônimo sepultado no mediterrâneo, no barulho do vento nas tendas de um campo de refugiados.
Mas também na fumaça de um cigarro, na sombra de um passante na madrugada de uma cidade interiorana, no grito de megafone do vendedor de frutas.
Na erva daninha na calçada, em um cheiro, no resto de vinho da taça.
Histórias sem memória, impessoais, tecidas por uma morte sem nome.
Imagem: Gerhard Richter - Linogravura da série Elbe (1957)
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