segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Carta a Dulcinéia del Toboso





Des Esseintes, Quixote, Teste, madame Bovary & Bouvard e Pecuchet, Julien Sorel, Mersault, o Príncipe Michtin, Bartleby

Não há natureza que os contenha, são seres de hybris, de excesso - e a loucura é um excesso - de sonambulismo

Crias artificiais de uma escrita ensimesmada, de uma literatura em estado bruto - e por isso destilada em tempo e esquecimento - porém cega diante do menor, mortal e mais trivial

Há esquinas insípidas e talagarelice vazia por todos os lados. Há amores malfeitos, estados depressivos, imobiliárias e bancos, delegacias de polícia, salas de aula e de hospital, tumores e quimios, extratos de condomínio e cartões de crédito


Fala-se, fala-se, fala-se!

É a luta agônica contra esta tagarelice (ela mata a conta-gotas) que os move. Serão engolfados, mas não há tragédia. As armas são as mesmas. Seu triunfo é o tremor e a hesitação.

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