Ele supunha que escritura suspendesse o terror, que a cultura fosse algo além do abjeto, que a vida valeria o salto e o salto justificasse a vida. Ele supunha uma liberdade etérea de tundras e estepes e campos indômitos, que as cercanias fossem frágeis ao gesto de derrubá-las e não circunscrevessem o mundo. Supunha o amor despreendido da passante desconhecida baudelairiana, que os olhos desta não estivessem turvados pela indiferença e pela mesmice satisfeita. Supunha compreensão, não silêncio de burburinhos e algazarras, terror, terror, terror.
Imagem: Amazonian Field (1992) - Antony Gormley (CCBB - SP - 2012)
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